segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O sorriso da Monalisa não é obra do acaso!

Não existe eficiência sem organização, assim como não existe organização sem prioridades e planejamento. Qualquer executivo que assume uma posição de chefia em um departamento ou em uma empresa desorganizada sabe que sua primeira tarefa é “colocar a casa em ordem”. As pessoas bem-sucedidas são aquelas que sabem utilizar seu tempo para perseguir, da forma mais eficiente possível, os objetivos que traçaram para si. E ao fazer isso elas estão agindo de uma forma organizada.
Há quem admire os que pareçam realizar, com sucesso, uma série de atividades ao mesmo tempo, o que na minha opinião é impossível. Algumas pessoas transmitem essa impressão porque conseguem identificar prioridades e administrar seu tempo de forma eficaz, de modo a encaixar nele tudo o que precisam fazer. A identificação de prioridades é o ponto de partida de qualquer planejamento eficaz, mas representa uma tarefa difícil. Quantas vezes você não teve a sensação de que há algo importante a ser feito, embora não saiba exatamente o quê nem como, quando alguém lhe disse: “você precisa escolher suas prioridades”, ou “planejar melhor”, ou ainda “organizar-se mais”.
Como define o dicionário, prioridade significa eleger o que vem em primeiro lugar, ou seja, o que mais importa para nós. Você pode priorizar a manutenção de seu emprego atual e a fidelidade a seus valores, por exemplo, e dar-se conta que a o primeiro está impossibilitando o segundo. Nesses casos, é necessário decidir o que é mais importante, qual das duas é a verdadeira prioridade, pois não há nada mais inútil e frustrante do que tentar conciliar prioridades irreconciliáveis. Admitir isso é um sinal de maturidade.
Muitos acham também que planejar é uma atividade tediosa; que reprime a criatividade. Essa é uma noção equivocada do que é o planejamento e de sua importância. Leonardo da Vinci, um dos maiores gênios da humanidade e dotado de uma indiscutível criatividade, planejava cuidadosamente suas obras, nos mínimos detalhes. Sua preparação era tão esmerada que ele chegava a dissecar cadáveres – o que era proibido na época – para estudar anatomia. Ao pintar um retrato, ele contratava músicos e artistas circenses para distrair a pessoa que estava posando, a fim de evitar que ela adquirisse uma expressão cansada ou entediada. Ou seja, o sorriso da Monalisa não é fruto do acaso, mas de uma elaborada preparação e planejamento. E se até um gênio como Da Vinci entendia a importância do planejamento, que desculpa nos resta para não planejarmos?
Certa vez, quando ministrava uma palestra sobre planejamento e produtividade pessoal, um dos participantes comentou que achava que o planejamento tolhe a criatividade e a liberdade, roubando da vida um certo sabor de aventura. É claro que planejamento exige disciplina, mas, conforme dizia Renato Russo: “disciplina é liberdade”. Quem não se disciplina o suficiente para elaborar e seguir seus planejamentos acaba tornando-se refém dos contratempos, escravo do relógio e da frustração de não atingir suas metas. Culpar a falta de tempo pela impossibilidade de cumprir compromissos também é uma tendência desorganizadora. Uma hora tem sessenta minutos, e não há como esticá-la, por mais que você queira. Em vez disso, é muito mais útil reavaliar a forma como você está planejando suas atividades, de maneira que esses sessenta minutos sejam aproveitados de forma mais eficaz. O mesmo vale para seu tempo livre e ao destinado à família. Não planejá-lo é a melhor forma de desperdiçá-lo.
Por fim, é preciso lembrar que todo o planejamento que fazemos – desde o planejamento das atividades diárias até às metas de longo prazo – são parte de algo maior, que é o planejamento da própria vida. Que tipo de vida queremos ter em nossa idade madura? Alguns jovens – e até alguns não tão jovens – acham que isso é algo distante, que pode ser deixado para depois. Assim vão negligenciando certos aspectos do planejamento que podem parecer tediosos ou secundários. E dizem: “Por que vou me preocupar com minha aposentadoria se ainda sou jovem? Por que vou pensar em seguros e planos de saúde se nunca fico doente?” Porém, quem só faz o que gosta durante parte da vida, acaba fazendo o que não gosta durante todo o restante de sua vida. Colhemos o que plantamos, e não há como mudar essa simples verdade. Infelizmente, muitos só percebem isso quando não podem mais contar com a saúde e a juventude.

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