quinta-feira, 22 de julho de 2010

Cultivando relacionamentos

Ao analisar as histórias de Figuras de Transição e suas características, concluo que cada um de nós tem o poder e a capacidade de se relacionar bem com os outros. Embora diferentes, os exemplos de John Johnson, Sam Walton, Anne Frank, Lee Iacocca, Auri e Durães*  têm um aspecto em comum: todos dedicam especial atenção aos relacionamentos e à comunicação. Os relacionamentos  constituem uma das grandes necessidades dos serem humanos. Suprir essa necessidade, porém, é algo que requer grande esforço pessoal para manter acesa a chama das relações. Assim como uma planta precisa de cuidados contínuos e especiais para germinar, desenvolver-se e dar frutos, os relacionamentos também necessitam ser nutridos e cultivados. Podemos vê-los como uma ponte, cujas bases são o exemplo positivo que você transmite e a confiança que inspira. Sobre essas bases, ergue-se a estrutura da ponte propriamente dita, uma via de mão dupla que permite acesso de um ponto a outro, de uma pessoa a outra. Essa via é composta pela receptividade que o exemplo e a confiança geram, e a influência que pode ser exercida a partir do momento em que existe a receptividade.


Veja no Cap. 6 - Construindo pontes entre as pessoas - do meu livro Deixe um Legado. http://migre.me/ZcNv


Vejamos um exemplo um exemplo de que como isso funciona na prática. Imagine um pai tentando conversar com um filho adolescente a respeito de seu comportamento. O pai acha que o filho está falando de forma muito agressiva com sua família e gostaria que ele fosse mais educado. O filho, porém, vê com frequência os pais trocando palavras ríspidas um com o outro. E reage ao sermão do pai de modo ainda mais agressivo. Ora, o pai está tentando exercer determinada influência sobre o filho sem que haja receptividade. E a receptividade não existe porque o pai está dando um mau exemplo ao filho e, ainda por cima, pedindo-lhe para fazer algo que ele próprio não faz. Essa mensagem dupla do "faça o que eu digo, não faça o que eu faço" deixa o garoto desconfiado e inseguro. Logo, o que o pai pretende é algo impossível. Ele quer usar a estrutura da ponte (a receptividade/influência) sem ter construído as bases (exemplo positivo/confiança).
Isso também se aplica ao mundo corporativo. Quem já tentou implementar uma tarefa sem contar com o pleno comprometimento de sua equipe sabe muito bem como um ambiente não-cooperativo pode solapar qualquer projeto. Ora, a verdadeira cooperação só pode existir quando o binômio exemplo/confiança tiver gerado, entre os membros da equipe, a receptividade necessária para que eles se unam em torno de um mesmo propósito. Um chefe que apenas dá ordens não consegue esse tipo de comprometimento. Apenas um líder que influencia os demais de forma positiva é capaz de consegui-lo.
Para finalizar, recorro à introdução do livro A Velocidade da Confiança de Stephen M. R. Covey:

Algo que muda tudo - Stephen M. R. Covey
"Há algo que é comum a qualquer indivíduo, relacionamento, equipe, família, organização, nação, economia e civilização no mundo todo - algo que, se faltar, destruirá o governo mais poderoso, o negócio mais bem sucedido, a economia mais próspera, a liderança mais influente, a maior amizade, o caráter mais forte, o amor mais profundo.
Por outro lado, se desenvolvido e estimulado, tem o potencial de criar sucesso e prosperidade sem precedentes em todas as dimensões da vida. No entanto, é a coisa menos entendida, mais negligenciada e mais subestimada de nossos tempos.
É a confiança.
A confiança nos influencia dia e noite, 365 dias por ano. Ela sustenta e afeta a qualidade de cada relacionamento, cada comunicação, cada projeto, cada empreendimento, cada esforço no qual estamos empenhados. Muda a qualidade de cada momento futuro de nossas vidas - seja no plano pessoal, seja no profissional.
Ao contrário do que a maioria das pessoas acredita, confiança não é intangível, uma qualidade ilusória que você possui ou não; em vez disso, confiança é um ativo pragmático, tangível, que você pode pôr para funcionar e que você pode criar - muito mais rapidamente do que imagina ser possível.
Enquanto escândalos corporativos, ameaças terroristas, politicagem em empresas e relacionamentos abalados criaram desconfiança em quase todo lugar, afirmo que a capacidade de estabelecer, fazer crescer, estender e recuperar a confiança não é apenas vital para o nosso bem-estar pessoal e interpessoal; é a principal competência dos líderes na nova economia global. Também estou convencido de que em cada situação, nada é tão rápido quanto a velocidade da confiança. E, opondo-se à crença popular, confiança é algo que você pode manejar, aliás, você pode ser bom nisso!"

A boa notícia, pessoal, é que nunca é tarde para aprender!
Abraços!

Paulo Kretly


+ Sobre o livro A Velocidade da Confiança: http://migre.me/Zdj3
+ Sobre o treinamento "Liderando na Velocidade da Confiança": http://migre.me/ZbGq

2 comentários:

  1. Como é difícil falar em uma linguagem acessível, artigo plausível que enriqueceu o meu conhecimento. Adm. Givaldo França

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  2. Matéria interessante.
    Imagine o impacto deste tipo de postura no meio profissional! Seria muito oportuno obter depoimentos de casos reias que ilustrassem este tema. O mundo empresarial precisa de mais práticas verdadeiras de relacionamentos baseados na confiança, receptividade e infuência

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