sexta-feira, 10 de março de 2017

A importância do Aprendizado Constante


Em que altura da vida podemos dizer que nada mais temos a aprender? Se a pergunta for feita a uma Figura de Transição, a resposta será uma só: um enfático e categórico “nunca”. As oportunidades de aprendizado nos são oferecidas a cada momento, o tempo todo. Aprendemos com nossos pais e com nossos filhos, com nossos superiores e com nossos subalternos, com um grande erudito e com um mendigo que cruza nosso caminho, com um acontecimento feliz e com um infortúnio, com uma realização e com uma frustração, com uma derrota e com uma conquista. Aprendemos toda vez que nos damos ao trabalho de pensar sobre o que determinado momento nos trouxe, o que nos ensinou que ainda não sabíamos, o que nos mostrou a respeito dos outros e de nós mesmos, e que antes ignorávamos. E esse processo é tão longo quanto a vida.
O aprendizado requer disposição e esforço. O caminho mais curto e certo para a estagnação é perder a disposição de aprender, seja pela arrogância de achar que já sabe tudo, seja pela enganosa convicção de que é tarde demais para adquirir um novo conhecimento. A acomodação é outra inimiga do aprendizado, pois paralisa o segundo requisito necessário para que ele ocorra: o esforço. É preciso esforçar-se para manter a mente aberta ao novo, para não se deixar limitar pelos preconceitos e opiniões preconcebidas. E também é preciso esforço para ampliar as oportunidades de aprendizado, reservando tempo para as leituras, para as conversas e atividades instrutivas, para se atualizar e aprofundar seu conhecimento. Não estou me referindo apenas ao conhecimento necessário à sua profissão, mas a todos os aspectos de sua vida, por exemplo, conhecer mais a fundo sua esposa ou seu marido – acreditar que já sabemos tudo sobre nosso parceiro é um erro fatal em qualquer relacionamento. Outro equívoco é negligenciar o autoconhecimento: uma série de frustrações, angústias e motivações. Conhecê-las também é um aprendizado constante, talvez o mais árduo de todos.
Uma frase atribuída a Confúcio diz:

O verdadeiro conhecimento consiste em sabermos a extensão de nossa ignorância.

Sócrates chegou à mesma conclusão. Certa vez, alguém perguntou ao oráculo de Delfos se o filósofo grego era de fato o mais sábio entre todos os sábios, e a resposta havia sido afirmativa. Ao saber disso, Sócrates decidiu comprovar a afirmação e se pôs a conversar com pessoas que eram tidas como grandes sábias. “Todas me pareceram tão cheias de si”, contou Sócrates, “tão seguras de suas verdades e certezas que, se sou de fato mais sábio do que elas, é pela simples razão de que sei de que não sei aquilo que elas acham que sabem”.

Como nos sugere o filósofo com toda a sua perspicácia e sabedoria, a admissão de que ainda temos muito a aprender é o primeiro passo para transformarmos nossa vida em um constante aprendizado. A consciência desse fato enriquece nossas vidas, ampara nossas escolhas e direciona nossas ações. A importância de aprender sempre é tamanha que Stephen R. Covey, autor do best-seller Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes e 8° Hábito, a coloca entre as quatro necessidades básicas do ser humano – as demais serão afetadas. O aprendizado, porém, está presente em todas: aprendemos a viver, a amar, a deixar um legado e, até mesmo, aprendemos a aprender. 

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