O autor de Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes, Stephen R. Covey, define um hábito como sendo “a intersecção entre o conhecimento, a habilidade e o desejo”. O conhecimento é o paradigma teórico, o que fazer e o por quê. A habilidade é o como fazer. E o desejo é a motivação, o querer fazer. Para tornar algo um hábito em nossas vidas precisamos reunir esses três elementos.
E por sua vez, os hábitos só são eficazes quando estão baseados em princípios, conduzindo o máximo possível de resultados benéficos a longo prazo. Tornam-se a base do caráter da pessoa, criando um centro poderoso de mapas corretos, a partir dos quais um indivíduo pode resolver problemas com eficácia, maximizar oportunidades, aprendendo a integrar novos princípios em sua espiral ascendente de crescimento. Os princípios regem nossa existência, queiramos ou não, pois são universais e atemporais, e quem age em desacordo com eles sofre as consequências.
Nem sempre é fácil ater-se a princípios. Na verdade, em nosso dia-a-dia, somos constantemente convidados a negligenciá-los – seja por comodismo, seja pela equivocada ideia de que “outros estão fazendo isso e se dando bem”, seja pela ilusória tentação de obtermos vantagem imediata.
Muitas vezes nos perguntamos qual o problema em desejarmos uma vantagem imediata. E eu digo que o problema está na falta de um paradigma de eficácia em harmonia com as leis naturais, um princípio chamado “Equilíbrio P/CP”.
Para entender esse princípio, recordemos a fábula de Esopo sobre a Galinha dos Ovos de Ouro. A fábula conta a história de um pobre fazendeiro que um dia descobre no ninho de sua galinha preferida um reluzente ovo de ouro. No início, ele desconfia de algum tipo de brincadeira. Mas qual não foi a surpresa quando descobre que o ovo era de ouro maciço! Fica ainda mais surpreso no dia seguinte, quando o fenômeno se repete. Dia após dia, ele se levanta e corre para o galinheiro para apanhar mais um ovo de ouro. Ele acaba ficando imensamente rico, e mal podia acreditar em tanta sorte.
Junto com a fortuna, porém, vieram a cobiça e a impaciência. Incapaz de esperar pelo ovo de ouro de cada dia, o fazendeiro decide matar a galinha e pegar todos os ovos de uma só vez. Mas, quando abre a ave, descobre que não havia nada dentro dela. Nenhum ovo de ouro. E agora não havia mais meio de consegui-los. O fazendeiro destruíra a galinha que os produzia.
Nessa fábula se manifesta uma lei natural, um princípio – a definição básica de eficácia. A maioria das pessoas enxerga a eficácia a partir do paradigma dos ovos de ouro: quanto mais alguém produz, quanto mais faz, mais eficaz a pessoa é.
Entretanto, conforme se pode ver na história, a eficácia resulta de duas coisas: o produto (ou seja, os ovos de ouro) e o meio de produção, ou a capacidade de produzir (a galinha).
Se você adotar um modo de vida focalizado nos ovos de ouro, negligenciando a galinha, em pouco tempo perderá a fonte dos ovos de ouro. Por outro lado, se cuidar apenas da galinha, sem dar importância aos ovos de ouro, logo não terá mais meios para alimentar a galinha, ou a si próprio.
A eficácia consiste no equilíbrio – Equilíbrio P/CP – onde P representa a produção dos resultados desejados, os ovos de ouro, e CP indica a capacidade de produção, a habilidade ou bem que produz os ovos, ou seja, a galinha.
O foco nos ovos de ouro, ou seja, uma atitude e um paradigma como este, mostram-se totalmente inadequados para lidar com as energias poderosas existentes em nosso coração e em nossa mente. Pois não há equilíbrio. Não há princípios.
Para viver de acordo com princípios, é necessário ter muita determinação e força interior para não sucumbir às pressões e às tentações, porém, as conseqüências a longo prazo com certeza serão bem mais gratificantes.
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