quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Aprender e Ensinar

"Feliz é aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina"

É curioso notar que, no início da frase, Cora Coralina não diz "ensina o que sabe", mas sim "transfere". Existe um motivo para isso. Há uma sutil diferença entre os dois verbos. Quem pensa em termos de "ensinar o que sabe" pode estar se colocando na posição de um professor na sala de aula, sem o ser, e, ainda por cima, pode estar se colocando na posição de uma mau professor, que se envaidece ao exibir, de forma arrogante, o conhecimento que acumulou. Seu objetivo não é utilizar esse conhecimento para servir ou ajudar, nem para estimular os outros a pensar de forma independente. Sua finalidade é, simplesmente, ser objeto de admiração.
Por outro lado, quem transfere o que sabe não está preoucupado em "dar lições", mas em partilhar. Pessoas assim não fazem questão de ser admiradas: fazem questão de ser úteis. Ao transferir o que sabem, elas não estão impondo suas crenças, seus métodos e seus valores aos demais. Estão apenas lançando uma semente. O que acontecerá com esse semente, se irá germinar ou não e os frutos que dará, tudo isso depende daquele que a recebe. Os que transferem o que sabem, reconhecem e respeitam esse direito, pois entendem que nenhum conhecimento pode ser verdadeiramente assimilado e colocado em prática sem antes ser digerido, elaborado e reelaborado por aquele que o recebe. Na prática, essa é a diferença entre um chefe de família que obriga os filhos a pensar como ele e um pai que respeita e orienta a forma de pensar dos filhos. É a diferença entre um chefe que obtém resultados medíocres ao impor seus conceitos de modo autoritário e um líder que se compraz ao ver suas ideias florescerem e se desenvolverem ao serem assimiladas por seus funcionários.
A segunda parte da frase de Cora Coralina é "aprender o que ensina". Isso pode ser contraditório, mas não é. Ao nos colocarmos na posição de ensinar alguma coisa, precisamos estar atentos a tudo que ainda podemos aprender com aquilo que achávamos que já sabíamos. Posso citar como exemplo minha própria experiência como palestrante. Por mais que eu conheço o assunto sobre o qual irei falar, por mais que já tenha proferido a mesma palestra dezenas de vezes, nunca deixo de aprender algo novo em cada palestra que faço. A interação com o público, a troca de opiniões, as perguntas e observações que surgem sempre acrescentam algo mais, sempre somam algo novo àquilo que eu achava que já sabia. E sempre me mostram que nunca paramos de aprender, mesmo - ou principalmente, - quando ensinamos.

Um comentário:

  1. Paulo,

    Sou um missionário retornado, moro em Manaus e tenho uma empresa de publicidade e eventos.

    Estive presente em uma palestra que você lecionou na estaca Rio Negro sobre os 7 hábitos das famílias altamente eficazes!

    Estou trazendo o Roberto Justus para um Show Palestra no dia 22 de outubro.

    Gostaria de verificar com você a possibilidade de você e Stephan R Covey fazerem um palestra aqui em Manaus para Empresarios, universitários e industriários.

    Fico no aguardo de vosso breve retorno.

    Cordialmente,
    Luiz Viana
    Inovape Comunicações
    92-8237-4008
    twitter: Luiz_Viana_Jr

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