Visão analítica e disponibilidade de se renovar são características importantes na vida de um líder. Sempre me deparo com profissionais que dizem ter problemas relacionados com o tempo, que a pressão do dia a dia os tem deixado insatisfeitos com seus resultados e que seus subordinados não se envolvem com as metas. Por maiores que sejam os desafios dos líderes, o mais difícil ainda está em olhar para sua equipe como verdadeiros colaboradores e desenvolver uma produtividade interpessoal. Temos de perceber se não estamos fazendo o que Peter Drucker define como um equívoco de gestão: “Muito do que chamamos gerenciamento é dificultar o trabalho das pessoas”.
E é por essa razão que destaco a importância da visão analítica, pois através dela é que será possível detectar as necessidades de mudanças. Assim como olhamos para o mercado e como ele se movimenta é preciso um olhar interno. Fazer uma auto-análise de suas atitudes. Se a insatisfação nos resultados e os níveis de stress são constantes há algo errado, e um bom profissional deve assumir o erro e mudar os rumos.
Não adianta procurar culpados, pois a mudança tem que acontecer de dentro para fora e não de fora para dentro. A produtividade interpessoal é um importante caminho, pois ela nada mais é do que a capacidade do indivíduo se relacionar e interagir com outras pessoas.
Se olharmos para a definição da palavra, interpessoal é o que se realiza entre duas pessoas. Ou seja, um bom líder não realiza nada sozinho e reconhece isso. “A própria essência da liderança é que precisamos de visão; o toque de clarim não pode ser vacilante”. Essa declaração de Theodore M. Hesburgh, citada por Stephen Covey no livro O 8º Hábito – da Eficácia à Grandeza, define a importância da definição do foco e do alinhamento para que uma relação interpessoal seja positiva.
É preciso confiar em seus colaboradores, pois quando as pessoas não são envolvidas elas não se comprometem. E sem engajamento não há comprometimento. Os liderados precisam saber para onde estão sendo conduzidos e como são importantes para chegar aos objetivos.
Vivemos em uma sociedade interdependente, e o líder que não acompanhar essa tendência ficará para trás. Com a pressão por rapidez nos processos e demandas cada vez mais urgentes, somente através da interação é que será possível ser mais produtivo.
Já que estamos falando de algo transformador, uma habilidade eficaz de um gestor interdependente é a de saber ouvir. Aqueles que não pedem feedback para seus colaboradores, não delegam processos do planejamento e assumem tudo para si, só tem a perder. Por essas e outras é que ainda temos executivos virando noites no trabalho e suas vidas pessoais ficando destruídas.
Recentemente visitei uma grande instituição financeira e conversando com algumas pessoas descobri que estavam há mais de vinte horas dando expediente na empresa, e o mais complicado é que essas situações são constantes. Depois em reunião com um dos diretores perguntei quanto tempo achava que ele e seus subordinados aguentariam aquele ritmo. Um ano? Dois anos? Ou até que se tornassem improdutivos? Qual seria o limite?
Essa situação faz lembrar a fábula da galinha dos ovos de ouro. Se a galinha morre não se tem mais o resultado que é o ouro. Um levantamento realizado pela FranklinCovey, com 10 mil empresas americanas mostrou que, ao reduzir uma jornada violenta de trabalho, um funcionário passa a produzir até cinco vezes mais. A questão não é o tempo que se passa na empresa, mas a qualidade da execução enquanto se está lá.
Retomando o exemplo da área financeira, esse é um setor, que assim como outros, exige três comportamentos fundamentais: constância, planejamento e uma execução primorosa. Com isto poderemos alinhar objetivos e implementar sistemas em busca de resultados.
Quando não liderarmos com interdependência, e pecamos com essas características teremos problemas com prazos, desgastes e resultados ineficientes. Se lutarmos contra isto as conseqüências serão outras. Dr. Covey comentou que “uma das maneiras de ter uma execução eficaz é liberar paixão e talento tornando claro o caminho que está diante deles e então sair da frente”. “O fortalecimento é onde está o nó da questão numa equipe e é o fruto culminante dos papéis do líder”.
O que se tem de combater é a resistência interna ao planejamento e, as circunstâncias podem vir de cima, ou seja, dos líderes. O mau planejamento de um, afeta diretamente o planejamento de outras pessoas, em um verdadeiro efeito cascata. Se não formos interdependentes, afetaremos os processos e com ele seus resultados.
Algumas mudanças levam tempo, mas não tenho dúvida de que as equipes oferecerão resultados melhores e sustentáveis trabalhando de maneira interdependente. Esse processo de amadurecimento é totalmente compensado pelos resultados que serão obtidos.
Em um mundo de mudanças rápidas, constantes e complexas, logicamente não se pode esquecer de que é preciso ser veloz nos negócios, estar um passo a frente. É como diz Jack Welch, um dos maiores pensadores de gestão, “aquele que não for rápido está morto”.
Temos que ser rápidos, essa é uma verdade. Mas é preciso afinar o instrumento, e se organizar para efetuar mudanças. Essa iniciativa demanda tempo e será mais válida do que executar quando os processos já se tornaram importantes e urgentes. Ficar apenas apagando incêndios não gera resultados sustentáveis.
Quando se tem grandes líderes, você automaticamente possui grandes equipes e atinge grandes resultados.
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