Deixar alguém falar enquanto
secretamente contamos os segundos que faltam para a conversa chegar ao fim não
é saber ouvir. Ocupar a mente com outros assuntos ou planejar as respostas que
daremos a seguir enquanto alguém está falando também não é saber ouvir. Ocupar a
mente com outros assuntos ou planejar as respostas que daremos a seguir
enquanto alguém está falando também não é saber ouvir. Quem age assim não
consegue entabular um diálogo sincero, nem uma conversa útil e gratificante. Essa
pessoa pode até pensar que “fez sucesso”, que impressionou os demais com sua
demonstração de conhecimento ou erudição, com sua sagacidade e seu domínio das
palavras, quando, na verdade, seus interlocutores estão pensando coisas do
tipo: “como fulano é chato” ou “fulano não ouviu uma palavra do que eu disse”. Só
é um bom ouvinte quem sabe doar não “conhecimento” ou “sabedoria”, mas tempo e
atenção. Para tanto, é necessário deixar de lado as preocupações, o desejo de
exibir inteligência, as opiniões preconcebidas, a tentação de julgar
precipitadamente e, em vez disso, apenas ouvir. Por mais que você acredite que
tenha algo a dizer ou a ensinar a alguém, nunca conseguirá fazer com que suas
palavras atinjam esse propósito se não houver empatia entre você e seu
interlocutor. E, muitas vezes, ao deixar o outro falar, você pode acabar percebendo
que não há nada a “ensinar” ou “aconselhar”: a própria pessoa tem condições de
encontrar em si mesma as respostas que procura. Como diz Mary Kay Ash,
fundadora da Mary Kay Cosmetics, “Muitos dos problemas que ouço não requerem
que eu ofereça soluções. Soluciono a maioria apenas ouvindo e deixando que a
parte afligida fale. Se eu ficar ouvindo por tempo suficiente, a pessoa acaba
encontrando uma solução adequada. ”
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